03. Corriedale Naturalmente Colorido


Origem - O Corriedale colorido originou-se na Nova Zelândia, do Corriedale tradicional, de cor branca. É uma das raças mais comuns entre as naturalmente coloridas, além de ser uma das mais criadas no mundo. Ocorre em 1% dos animais desta raça, por recessividade do gene que traduz a cor do animal. Algumas interações entre genes podem produzir animais manchados ou parcialmente pigmentados. 

Aspecto geral - O ovino Corriedale colorido tem que ter bom porte e deve dar a impressão de um animal de grande vigor e ótima constituição, que se manifesta em sua conformação, própria para a produção de carne e lã. Deve ostentar um andar ágil e de grande vitalidade, o que lhe confere uma boa capacidade de deslocamento. Sendo um ovino de duplo propósito, com um equilíbrio zootécnico orientado 50% para a produção de lã e 50% para a produção de carne, deve ser um animal muito equilibrado, apresentando um esqueleto bem constituído e um velo pesado, extenso e de boa qualidade. São considerados todos os animais que tenham a maior parte da lã do corpo pigmentada.  

Cabeça - Ampla e forte. A do carneiro deve expressar masculinidade: larga, com fossas nasais abertas, boca forte e larga. Sem chifres em ambos os sexos, ainda que botões rudimentares despregados da estrutura óssea devam ser considerados como defeitos mínimos. As orelhas devem ser de tamanho mediano, de boa contextura, coberta de pêlos. As mucosas, a pele entre as narinas, lábios e conjuntivas, devem apresentar pigmentação escura. É desejável uma boa cobertura de lã na parte superior, mantendo uma cara limpa (livre de lã). Os pelos e a lã podem ser total ou parcialmente pigmentados, não raramente ocorrem animais com a face aberta, toda branca, ou a lã branca em torno dos olhos e no topete. Ainda que a desnudez ou a calvície sejam defeitos, também o é a cegueira produzida por excesso de cobertura de lã. É desejável que a cara, ao redor dos olhos e sobre a trompa, seja coberta de pelos.  

Dianteiro - Pescoço de comprimento médio largo e forte, formando uma boa nuca ao inserir-se na cabeça. Bem inserido no tronco sem formar depressões com as cruzes. Deve ser levantado para manter a cabeça um pouco mais alta do que a linha de lombo. É desejável que não apresente rugas no bordo inferior, mas são admissíveis se não forem numerosas e nem muito acentuadas. Paletas afastadas e preferencialmente paralelas entre si, niveladas com a linha de lombo. Peito largo, profundo e saliente para frente, completando uma boa linha baixa, dando ao animal uma aparência maciça. Pode ser parcial ou totalmente branco no peito.  

Tronco - Deve ser comprido, apresentando uma linha superior nivelada e em continuação com as cruzes e ancas. As costelas profundas devem arquear-se para fora e levemente para cima, a partir da coluna, para logo descerem profundamente até o externo. Deve ter uma boa cobertura de carne no lombo e costelas. Não deve apresentar depressões atrás das paletas e na linha superior.  

Posterior - A anca deve formar um retângulo de bom comprimento e largura. Anca muito estrita, curta ou muito inclinada em relação a linha de lombo é considerada defeito grave. Um Corriedale colorido visto por trás deve dar a impressão de um "U" invertido. Quartos separados e profundos, com pernas e entrepernas carnudas e garrões fortes e bem separados.  

Membros - Devem ser de comprimento moderado, com bom osso, bem aprumados, bem separados e situados perpendicularmente em relação ao corpo. A abertura das patas dianteiras e das traseiras deve ser igual. Os ossos das paletas devem ser pesados, retos e de secção transversal oval. Ossos finos e redondos constituem grave defeito. Cascos bem conformados, de bom tamanho e cor escura (preto), embora sejam admitidas algumas raias claras. Membros manchados de brancos são aceitos. 

Lã - Velo pesado, uniforme, extenso e com caráter. Cobre bem todo o corpo, com exceção das virilhas e axilas. Mechas relativamente longas, bem constituídas, bem definidas, carnudas, densas e com ondulações pronunciadas e proporcionais a finura das fibras. A Lã, em tons de preto, marrom e cinza, de bom toque e bem lubrificada. A lã cobre abundantemente os membros locomotores, deixando livre os cascos e formando um garreio de boa qualidade. O diâmetro médio das fibras de lã varia de 26,5 a 30,9 micrômetros, o que corresponde na Norma Brasileira de Classificação de Lã Suja as finuras Cruza 1 e Cruza 2, que na escala de Bradford corresponde de 56´s a 50´s. Nos machos tolera-se uma tendência a um grau mais forte, desde que a lã tenha muito bom toque. Nas fêmeas admite-se a finura PRIMA B, de 25,0 a 26,5 micrômetros, desde que tenham um bom tamanho, velo pesado e demais caracteres raciais bem definidos. 

Defeitos - "Defeitos que devem desclassificar os reprodutores Corriedale, embora em outros atributos possam ser considerados bons exemplares":  

- Defeitos de constituição que afetam a performance;
- Deformações bucais;
- Excessivas depressões do lombo atrás das paletas, ou outros desvios acentuados da coluna (lordose, cifose e escoliose);
- Cascos ou patas mal conformados;
- Membros e tronco muito curtos;
- Presença de chifres, ou rudimentos de chifres grandes ou unidos firmemente ao osso do crânio;
- Lã muito áspera, muito seca (mal lubrificada);
- Presença evidente de fibras meduladas no velo ou evidência de pelos sobressaindo nas extremidades das mechas;
- Debilidade de lã, má cobertura, no lombo, cabeça e barriga;
- Finuras, tipo e ondulações muito afastados do preconizado no padrão da Raça;
- Excessiva variação de finura entre as diversas regiões do velo (desuniformidade);
- Presença de manchas brancas isoladas no velo, com exceção do peito e pescoço. "Existem ainda falhas, defeitos, que devem ser evitados, mas que não desclassificam a ovelha Corriedale":
- Narinas muito fechadas;
- Mandíbula inferior muito leve;
- Pequenas diferenças de pigmentação;
- Andar insuficientemente desenvolto;
- Cegueira por excesso de lã na cara;
- Calvície, pouca cobertura de lã na nuca e topete;
- Falhas de constituição das orelhas;
- Orelhas caídas;
- Divergências menores na aplicação do "Padrão" de formas e com respeito também ao velo;
- Constituição óssea que deixa a desejar, sem que isto venha a prejudicar a produtividade do animal.



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