01. Merino Australiano Naturalmente Colorido
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Origem - Possui a mesma origem do Merino tradicional, de cor branca. Ocorre em 0,6% dos
animais desta raça, por recessividade do gene que traduz a cor do animal ou por cruzamento
absorvido com raças onde a presença da coloração é dominante. Algumas interações entre
genes podem produzir animais manchados ou parcialmente pigmentados.
Aspecto geral - É um animal imponente, de aspecto nobre. Bom desenvolvimento corporal.
Constituição robusta. Conformação angulosa. Denota grande volume de lã. Raça
especializada na produção de lã fina naturalmente colorida em tons de preto, marrom e cinza,
apresentando um equilíbrio zootécnico orientado 80% para a produção de lã fina e 20% para
a carne.
Cabeça - Comprida (dolicocéfala), bem desenvolvida, perfil convexilineo. Focinho forte, no
macho apresenta de 2 a 4 rugas transversais na parte superior. Boca relativamente pequena
com lábios fortes. Morro largo, com narinas abertas e mucosas rosadas. Cara livre de lã,
coberta de pelos finos, suaves e brilhosos. Os olhos não muito proeminentes. Lacrimais pouco
pronunciados. Orelhas curtas, carnudas, cobertas de pelos, finos e suaves. Lã de boa
qualidade, cobrindo a cabeça até a linha dos olhos, deixando a visão completamente livre. As
mucosas, os pelos e a lã podem ser total ou parcialmente pigmentados, não raramente
ocorrem animais com a face aberta, toda branca, ou a lã branca em torno dos olhos e no
topete. Originalmente é uma raça aspada, mas somente o macho ostenta chifres. Existe uma
variedade mocha, que com exceção dos chifres, todas as outras características são iguais. A
variedade mocha tem que ser completamente isenta de chifres, até mesmo de rudimentos.
Na variedade aspada os chifres são grandes com base triangular, grossura média e em
espirais relativamente abertas, implantados a boa distância entre si, dando lugar a uma nuca
larga. Os chifres apresentam ainda ondulações em toda a extensão, com âmbar.
Pescoço - Forte e moderadamente curto, bem inserido ao corpo e a cabeça, que mantém
pouco acima da linha dorso lombar. Apresenta rugas na pele, que formam 3 a 4 grandes
babados típicos, que caem até o peito formando os "aventais" ou babeiros. Não raramente
ocorrem animais com o peito branco.
Corpo - Com tendência a ser cilíndrico, com caixa torácica comprida, estreita e pouco
profunda. Peito de largura mediana e profundo. Paletas levemente convergentes em direção
as cruzes, que são estreitas e altas. Costelas pouco arqueadas. Linha superior, formada pelas
cruzes, dorso e lombo não é muito reta, mas deve manter um mesmo plano. A garupa é
comprida e um pouco inclinada. Paletas, quartos e lombo não apresentam músculos
volumosos. A conformação do corpo é a de um animal tipicamente produtor de lã, sem o
acabamento das raças carniceiras. O rabo pode ser completamente branco ou manchado.
Membros - São compridos, com ossos fortes, mas não muito grossos, dando a impressão
que o animal é muito alto, principalmente quando está com a lã muito curta. Os aprumos são
bons, sem, entretanto, apresentar a correção das raças de carne. O afastamento entre as
patas dianteiras entre si, não é muito grande. O mesmo acontece com as patas traseiras.
Devem apresentar bastante afastamento entre as patas dianteiras e traseiras. Os cascos são
relativamente pequenos e podem ser pigmentados ou não, e os membros podem ser
completamente brancos ou manchados.
Pele - Muito fina e lisa, salvo nas rugas do pescoço e em algumas que costumam aparecer
até nos mais puros exemplares. São toleráveis pequenas rugas em forma de ferradura na
base da cola. A lã que cobre as rugas ainda que menos fina deve estar isenta de pelos ou
fibras meduladas.
Velo - Possui características especiais: muito pesado, denso, compacto e uniforme em todas
as regiões do corpo. Cobre totalmente a superfície do corpo, parte da cabeça e membros,
estendendo-se até bastante abaixo dos joelhos e garrões, sem, no entanto, chegar aos
cascos. As mechas têm forma quadrada, ado quinadas. O peso do velo varia de 10 a 15 kg
nos carneiros racionados, chegando até a valores bem mais elevados. Nos carneiros a campo
atinge de 6 a 8 kg. As ovelhas de plantel produzem velos com 5 a 6 kg, sendo que as de
rebanho geral atingem 4 kg ou mais.
Lã - O diâmetro médio das fibras de lã varia de 16 a 26 micrômetros, que corresponde na
Norma Brasileira de Classificação da Lã Suja a finura que vão desde a Merina até a Prima B,
e na escala inglesa de Bradford oscila de 80´s a 58´s. As mechas apresentam muita suavidade
ao tato, coloração em tons de preto, marrom e cinza, com suarda fluídica incolor. O
comprimento de mecha oscila entre 8 e 10 cm, sendo neste sentido uma exceção
considerando a sua finura. Alguns exemplares ultrapassam estes limites. Além das colorações
e suavidade ao tato é também muito típico da raça o "caráter" da lã, que é evidenciado através
de ondulações muito acentuadas e uniformes em todo o velo. As ondulações são numerosas,
atingindo 12 a 15, ou mais, em 25 milímetros de comprimento de mecha.
APTIDÕES - Produtora de lã fina naturalmente colorida em tons de preto, marrom e cinza. Lã
de grande qualidade e valor tanto industrial como artesanal. Elevado grau de rusticidade e
adaptabilidade em regiões pobres, clima desfavorável. Longeva, produzindo economicamente
até idades avançadas. Não se adapta bem em campos úmidos e baixos. Os cordeiros são
bastante vulneráveis ao nascerem, tem pouca cobertura de lã e muito pouco tecido adiposo.
Os machos do tipo médio e forte, quando bem alimentados podem produzir capões pesados.
Defeitos
- São considerados defeitos desclassificatórios:
- Falta de densidade do velo, com pouco peso de lã;
- Falta de densidade de cobertura no lombo e dorso;
- Falta de densidade de cobertura de lã na barriga;
- Presença de manchas brancas isoladas no velo, com exceção do peito e pescoço;
- Lã áspera;
- Presença de pelos ou de lãs muito meduladas em qualquer parte do velo;
- Malformações bucais;
- Defeitos de aprumos que comprometam o bom desempenho do animal;
Defeitos cuja importância depende da intensidade da ocorrência;
- Excesso de lã na cabeça, dificultando a visão. Nos animais de plantel e em reprodutores em
geral é considerado um defeito eliminatório;
- Desvio horizontal da coluna;
- Falhas de conformação.
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