O quarto e último dia de julgamento de ovinos na 48ª Expointer, realizado nesta quarta-feira, 3 de setembro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), destacou mais uma vez, a excelência das raças ovinas na feira. A programação contemplou raças voltadas tanto para a carne quanto para o leite, como a Dorper, White Dorper, Santa Inês, Lacaune e Hampshire Down.
Para confirmar a qualidade dos produtos gerados pelas raças, a criadora Laís Santana dos Santos, da Cabanha Estância Isabele, de Campinas do Sul (RS), estava ansiosa ao entrar na pista com o exemplar Dorper. Segundo ela, esta raça produz uma carne saborosa. Os animais são considerados precoces, ou seja, chegam ao peso ideal rapidamente, podendo ser abatidos e comercializados. “A carcaça chega ao mercado com mais rapidez, daí a rentabilidade é maior”, afirmou.
Além da carne, a raça Lacaune se destaca pela produção de leite. A criadora Ana Paula Bigollin, da Cabanha Araucária Bigollin, de Pinto Bandeira (RS), consagrou campeã uma de suas fêmeas. Em 120 dias de lactação, o ovino produz de 2,5 a 2,8 litros de leite por dia. “O alimento leva vantagem em relação ao produzido pela vaca, pois possui baixo índice de lactose e alto teor de proteína, ideal para quem tem problemas de intolerância”, revelou.
No total, 844 animais de 15 raças (quatro variedades de naturalmente coloridos) participaram das competições, sendo 326 machos e 518 fêmeas, 68 gestantes e 25 com crias. A Texel ganhou destaque. Já o número de inscritos da Crioula aumentou de 26, em 2024, para 54, este ano.
Dos 29 juízes, além do Brasil, se destacaram como nacionalidades o Uruguai e a Irlanda do Norte. Um dos olhares atentos da avaliação na pista foi do irlandês Kevin McCarthy, que esteve na Expointer em 2019, em uma missão comercial. Perguntado sobre os ovinos da Expointer, ele foi categórico em utilizar a palavra paixão. “Vocês amam o que fazem. Pude constatar que mesmo as raças mais tradicionais fazem sucesso. Os animais estão muito desenvolvidos, fortes”, disse.
No final da manhã, saíram os resultados dos vencedores da 8ª edição do Concurso de Melhor Velo Industrial. Os dirigentes da Arco ressaltaram o reaquecimento do mercado têxtil com a comercialização da lã e a valorização de roupas sustentáveis, voltadas em especial para as demandas oriundas da China. Outro ponto foi a homenagem aos esquiladores, que utilizam técnicas adequadas na tosquia das ovelhas, sendo prestativos e eficientes em suas atividades.
Dos 15 participantes, o primeiro lugar da raça Ideal (fêmea) ficou com o criador Raul Telesca, da Cabanha Rincão do Luar, de Canguçu (RS). Já o troféu para o macho ficou com o criador Edemundo Gressler, da Cabanha Coxilha Verde, de São Sepé (RS), presidente da Arco. Na opinião de Sérgio Muñoz, coordenador do Programa de Certificação da Lã Gaúcha da Arco, a associação está no caminho certo com a realização de suas ações. “Os animais estão sendo muito bem alimentados, gerando qualidade dos velos”, ressaltou.
Foto: Stéphany Franco/AgroEffective