A Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco) realizou nesta
terça-feira, 10 de dezembro, em Porto Alegre (RS), reunião geral de diretoria
para apresentar o relatório de gestão e as metas aprovadas no Fundo de
Desenvolvimento da Ovinocultura (Fundovinos). O encontro ocorreu presencial e também pela internet.
Na abertura, a gerente administrativa da Arco, Lorena Riambau, mostrou
alguns números da Arco no período entre 01 de janeiro a 30 de novembro de 2024.
O superávit foi de R$185 mil. Também foi referida uma série de repasses feitos
pela atual gestão com os respectivos valores e também os investimentos
realizados, além de um programa que unifica os eventos promovidos pelas
associações estaduais de ovinos. Nas redes sociais, houve um aumento de 10 mil seguidores no Facebook e de
12,2 mil no Instagram. Foram 231 novos cadastros de associados e 81 exposições
homologadas no ano passado, inclusive fora do Estado, no Distrito Federal e em
Goiânia.
Com relação ao Fundovinos, Lorena mostrou a verba para 36 meses que
soma R$4.966.620,00, sendo que a primeira parcela que será recebida soma R$780
mil em conta aberta pelo governo do Estado. “Uma das primeiras metas do
Fundovinos diz respeito à carne ovina, fomento de ações relativas à
comercialização do produto. Em um primeiro momento as ações ocorrerão
basicamente no Rio Grande do Sul, mas, dependendo, poderão acontecer em outros
estados e fora do país”, relatou. Outro ponto importante relativo ao Fundovinos
diz respeito ao fortalecimento do processamento da lã, que ocorrerá em três
pilares fundamentais: sanidade ovina, apoio ao centro de estudos de ovinos e
melhoramento genético.
Com relação a questões técnicas, a vice-presidente da Arco, Elisabeth
Lemos, referiu um desejo muito grande da Associação no sentido de atender uma
demanda que é a procura pela genética brasileira, “que, por incrível que
pareça, não pode ser exportada", numa referência à proibição de exportação
de animais vivos devido à doença de scrapie. Elisabeth afirmou que, num
primeiro momento, houve um avanço importante que é a permissão da Organização
Mundial da Saúde de exportar sêmen e embriões.
“O primeiro país a aderir, e faltam detalhes para finalizar essa medida,
é o Paraguai. E há interesse também da Colômbia e do Peru”, adiantou. Outro
ponto levantado por ela é o convênio que está sendo desenvolvido junto ao
Sebrae para um programa de desenvolvimento da Ovinocaprinocultura. A Arco está
dentro deste projeto e já houve duas reuniões com o Sebrae nacional neste
sentido.
A vice-presidente da entidade também destacou no ano de 2024 a maior
aproximação da Arco com as associações promocionais de raça e com as
associações estaduais. “A Arco tem certeza que este trabalho que todos nós
realizamos é muito importante e a gente tem visto um desenvolvimento crescente,
principalmente nos eventos, por todos os estados brasileiros que promovem ações
com ovinos”, comemorou.
Elisabeth também fez referência à Arco Jovem, iniciativa de 2015, e que
vem sendo incrementada ao longo dos anos. A ideia visa incentivar crianças e
adolescentes no sentido de mantê-los junto da criação de ovinos e caprinos. “A
Arco Jovem realizou uma série de eventos no Rio Grande do Sul junto às
exposições mais importantes em mais de 10 municípios com mais de quinhentas
crianças participando”, recordou. Sobre as ações pós enchentes de maio e junho,
foi lembrada a iniciativa da Associação que coordenou a doação de quase 2 mil
cobertores aos necessitados.
A superintendente de Registro Genealógico da Arco, Magali Moura, por
sua vez, mostrou uma série de gráficos detalhados e estatísticos relativos ao
Registro de Raças, Coberturas, Nascimentos, Inspeções e Confirmações. Também
prestou contas dos encontros ocorridos recentemente em Brasília, junto ao
Ministério da Agricultura, e também da Reunião da Câmara Setorial, realizada
basicamente para tratar de questões relativas à abertura de novos mercados.
Por fim, o presidente da Arco, Edemundo Gressler, disse que o grande
desafio do setor em 2025 será o foco no aumento da produção de carne ovina. “Eu
até falei para o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em Brasília, que não
queria ovinocultura na Amazônia. Nós temos que ter árvores, mas que as demais
regiões do país possam ter uma ovinocultura forte. E eu nem quero trabalhar
muito na exportação de carne. O que eu quero é que o povo brasileiro consuma
mais carne e carne ovina. Então, nós temos um tema de casa extremamente
importante”, convocou.
Gressler enfatizou que um país das dimensões do Brasil pode ter muito
mais do que os atuais 20 milhões e 200 mil ovinos. “Nós temos condições de, num
curto espaço de tempo, fazermos mais carne ovina chegar nas gôndolas dos
supermercados, até porque a espécie nos proporciona isso. Uma espécie que tem
cinco meses de gestação e com mais quatro, cinco meses, esse produto já pode
estar no comércio”, projetou.