06. Texel


Origem

A raça Texel é originária da ilha de mesmo nome, na Holanda, cujo solo é em sua maioria arenoso, sendo em parte acima e em parte abaixo do nível do mar (polder).
A vegetação era muito pobre e os antigos ovinos aí existentes eram tardios, de pouco desenvolvimento, pequenos, não eram prolíferos, de velo leve, lã de mediana qualidade, entretanto a sua carne era magra e saborosa. Em fins do século XIX e início do século XX a ovinocultura da ilha começou a sofrer modificações, graças ao emprego cada vez maior de adubação nos solos da ilha, o que resultou melhores pastagens e com isso a alimentação dos ovinos melhorou muito.
Por esta mesma época os criadores passaram a cruzar as antigas ovelhas locais com carneiros de raças inglesas (segundo a tradição oral da região), provavelmente foram utilizados reprodutores Leicester, Border Leicester e Lincoln, sendo que também é provável que tenham feito algum uso de carneiros Southdow, Hampshire e Wensleydale, entretanto, de todas as raças utilizadas parece que a Lincoln é a que mais influenciou na formação do Texel.
Depois de certo tempo de experiência de cruzamentos os criadores voltaram a utilizar os reprodutores puros da antiga raça da ilha, graças ao melhoramento da alimentação e mais especialmente ao trabalho bem orientado de um grupo de ovinocultores, que entre outros procedimentos empregaram um bem adequado método de seleção, surgiu na ilha uma nova raça Texel tal como conhecemos atualmente.


Aspecto Geral

Ovino de tamanho médio tendendo para grande, muito compacto, com massas musculares volumosas e arredondadas, constituição robusta evidenciando vigor, vivacidade e uma aptidão predominantemente carniceira.    Atualmente é considerada uma raça de carne e lã e apresenta uma carcaça de ótima qualidade e bom peso, ainda sendo capaz de produzir apreciável quantidade de lã.


Cabeça

Forte, larga ao nível do crânio, completamente livre de lã, coberta de pelos brancos, curtos e sem brilho, o comprimento da cabeça (da ponta do nariz à nuca) deve medir aproximadamente 1,5 vezes a maior largura quando observada de lado e mocha em ambos os sexos.
Arcadas orbitais salientes, olhos vivos e bem afastados, orelhas grandes (inseridas altas), com o pavilhão voltado para a frente e as extremidades levemente projetadas para a frente e um pouco acima da linha de inserção, completamente livres de lã, mas coberta de pelos brancos, curtos e sem brilho. As mucosas nasais, pele entre as narinas, lábios e bordo das pálpebras devem ter pigmentação escura (preferencialmente preta), sendo admissíveis pequenas pintas nítidas de cor preta nas orelhas e pálpebras.


Pescoço

Curto, musculoso, arredondado, bem inserido no corpo e sem estrangulamento na sua inserção com a cabeça.


Corpo

O corpo tem uma estrutura maciça, não muito comprido, sem no entanto dar ao animal uma aparência de petição, paletas são carnudas e bem afastadas, terminando em uma cernelha larga. O dorso, lombo e garupa são largos e nivelados, a garupa é volumosa e bem nivelada, os quartos são grandes, carnudos e arredondados com entrepernas profundos e garrões bem afastados.
Um dos pontos notáveis da raça é o posterior que visto por trás tem o formato de um "U" grande e invertido, a cola é bem revestida de lã, devendo ser larga e ter um comprimento que não ultrapasse o garrão.


Membros

Fortes, de comprimento proporcional ao corpo, ossos de bom diâmetro e bem aprumados. A sua estrutura deve harmonizar-se com a robustez do corpo e evidenciar a sua capacidade de suportar um grande peso, com cascos bem conformados e pretos.


Velo

De pouca extensão, deixando completamente sem lã a cabeça e os membros dos joelhos e garrões para baixo, geralmente nem chega a altura dos joelhos e garrões, mas deve cobrir bem a barriga, chegando a médias 5 Kg de peso, as mechas tem poucas ondulações e terminações com alguma ponta.


O diâmetro médio das fibras de lã varia de 27 a 30 micrômetros, o que na Norma Brasileira de Classificação da Lã Suja equivale as finuras Cruza 1 e Cruza 2, a lã é branca com suarda um pouco cremosa e rendimento ao lavado de 60%.


Aptidões

- Rústica e sóbria, produzindo bem no sistema extensivo e semi-intensivo.
- Produz uma ótima carcaça, com gordura muito reduzida.
- Precoce, em condições de pastagens (com 30 a 90 dias de idade), os cordeiros machos tem ganhos de peso médio diário de 300 gramas e as fêmeas de 275 gramas. Aos 70 dias de idade machos bem formados atingem 27 Kg e as fêmeas 23 Kg.
- Prolífera, pois atinge índices de nascimento de 160%, tendo atingido na França índices de 190 até 200%.
- Os carneiros atingem pesos de 110 a 120 Kg e as fêmeas adultas 80 a 90 Kg, já tendo ultrapassado tais pesos, os carneiros tratados já atingiram 160 Kg e as ovelhas também tratadas já atingiram mais de 100 Kg.


Defeitos

- Presença de chifres.
- Aprumos defeituosos que prejudiquem a performance.
- Constituição débil.
- Manchas ou fibras pretas no velo.
- Manchas pretas na região de pelos não devem ultrapassar os 15 milímetros de diâmetro.
- Velos muito grosseiros, com muitas fibras meduladas.
- Malformações bucais.

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