03. Corriedale


Origem

O Corriedale originou-se na Nova Zelândia, onde eram comuns os cruzamentos alternativos entre ovinos Merinos, Romney Marsh, Lincoln e Leicester com a finalidade de produzirem animais com boa produção de lã de finura média, com comprimento de mecha desejável e de carcaças de bom peso e qualidade.
Em 1879 o ovinocultor James Little (em seu estabelecimento denominado "Corriedale" situado na Nova Zelândia) com a finalidade de produzir um ovino de dupla aptidão (carne e lã), escolheu 4.000 ovelhas puras Merinas e as acasalou com 100 carneiros puros Lincoln. Da produção destes acasalamentos James Little selecionou 1.000 fêmeas e 20 machos, acasalou-os e na produção obtida fez uma rigorosa seleção apartando somente os animais cujos caracteres correspondiam plenamente a um ovino de dupla aptidão que apresentasse um equilíbrio de 50% carne e 50% lã.
Através de consanguinidade e seleção ele fixou o tipo zootécnico e racial que havia programado, outros criadores visando os mesmos objetivos de James Little fizeram cruzamentos do Merino com Leicester e Border Leicester, no entanto admite-se que o atual Corriedale, além de Merino e Lincoln possui pequeníssima percentagem de sangue Leicester e Border Leicester.
O Corriedale foi oficialmente reconhecido como raça pura em 1911 quando foi criado o Flock Boock pela "The Corriedale Sheep Society".


Aspecto Geral

O ovino Corriedale tem que ter bom porte e deve dar a impressão de um animal de grande vigor e ótima constituição (que se manifesta em sua conformação), própria para a produção de carne e lã.
Devem ostentar um andar ágil e de grande vitalidade, o que lhes confere uma boa capacidade de deslocamento, configurando um ovino de duplo propósito que apresenta equilíbrio zootécnico orientado 50% para a produção de lã e 50% para a produção de carne, devendo ainda ser um animal muito equilibrado, apresentando um esqueleto bem constituído e um velo pesado, extenso e de boa qualidade.


Cabeça

Ampla e forte. A do carneiro deve expressar masculinidade (larga, com fossas nasais abertas, boca forte e larga), sem chifres em ambos os sexos (ainda que botões rudimentares despregados da estrutura óssea devam ser considerados como defeitos mínimos), as orelhas devem ser de tamanho mediano com boa contextura e coberta de pelos brancos. As mucosas, a pele entre as narinas, lábios e conjuntivas devem apresentar pigmentação escura, sendo desejável uma boa cobertura de lã na parte superior, mas mantendo uma cara limpa (livre de lã).
É desejável que a cara ao redor dos olhos e sobre a trompa, seja coberta de pelos brancos e suaves, apresentar manchas negras no nariz e nas orelhas são considerados defeitos de pouca importância, porém, as manchas escuras ou azuladas na pele ao redor dos olhos e nas mucosas das fossas nasais são consideradas defeitos e manchas marrons no pelo ou lã ao redor das fossas nasais, orelhas ou olhos são defeitos.


Dianteiro

Pescoço de comprimento médio largo e forte, formando uma boa nuca ao inserir-se na cabeça, bem inserido no tronco sem formar depressões com as cruzes.
Deve ser levantado para manter a cabeça um pouco mais alta do que a linha de lombo, sendo desejável que não apresente rugas no bordo inferior, mas são admissíveis se não forem numerosas e nem muito acentuadas, apresenta ainda paletas afastadas e preferencialmente paralelas entre si, niveladas com a linha de lombo e o peito largo, profundo e saliente para a frente (completando uma boa linha baixa), dando ao animal uma aparência maciça.


Tronco

Deve ser comprido apresentando uma linha superior nivelada e em continuação com as cruzes e ancas, as costelas profundas devem arquear-se para fora e levemente para cima (a partir da coluna), para logo descerem profundamente até o externo, deve ter uma boa cobertura de carne no lombo e costelas e não deve apresentar depressões atrás das paletas e na linha superior.


Posterior

A anca deve formar um retângulo de bom comprimento e largura.
Anca muito estrita, curta ou muito inclinada em relação a linha de lombo é considerada defeito grave e um Corriedale visto por trás deve dar a impressão de um "U" invertido, apresentando quartos separados e profundos, com pernas e entrepernas carnudas e garrões fortes e bem separados.


Membros

Devem ser de comprimento moderado (com bom osso), bem aprumados, bem separados e situados perpendicularmente em relação ao corpo.
A abertura das patas dianteiras e das trazeiras deve ser igual, os ossos das paletas devem ser pesados, retos e de secção transversal oval (ossos finos e redondos constituem grave defeito), os cascos devem ser bem conformados, de bom tamanho e cor escura (preto), embora sejam admitidas algumas raias claras.


Velo pesado, uniforme, extenso e com carácter. Cobre bem todo o corpo (com exceção das virilhas e axilas), mechas relativamente longas, bem constituídas, bem definidas, carnudas, densas e com ondulações pronunciadas e proporcionais a finura das fibras.
Lã branca de bom toque e bem lubrificada, cobre abundantemente os membros locomotores, deixando livre os cascos e formando um garreio de boa qualidade, livre de pelos e de manchas marrons ou pretas. O diâmetro médio das fibras de lã varia de 26,5 a 30,9 micrômetros, o que corresponde na Norma Brasileira de Classificação de Lã Suja as finuras Cruza 1 e Cruza 2, que na escala de Bradford corresponde de 56´s a 50´s.
Nos machos tolera-se uma tendência a um grau mais forte, desde que a lã tenha muito bom toque e nas fêmeas admite-se a finura PRIMA B (de 25,0 a 26,5 micrômetros), desde que tenham um bom tamanho, velo pesado e demais caracteres raciais bem definidos.


Defeitos

"Defeitos que devem desclassificar os reprodutores Corriedale, embora em outros atributos possam ser considerados bons exemplares".
- Defeitos de constituição que afetam a performance.
- Deformações bucais.
- Excessivas depressões do lombo atrás das paletas ou outros desvios acentuados da coluna (lordose, cifose e escoliose).
- Cascos ou patas mal conformados.
- Membros e tronco muito curtos.
- Presença de chifres, rudimentos de chifres grandes ou unidos firmemente ao osso do crânio.
- Lã muito áspera ou muito seca (mal lubrificada).
- Presença evidente de fibras meduladas no velo ou evidência de pelos sobressaindo nas extremidades das mechas.
- Manchas marrons ou pretas, muitas fibras pigmentadas em qualquer parte do velo, incluindo cabeça e garreio.
- Debilidade de lã, má cobertura, no lombo, cabeça e barriga.
- Finuras, tipo e ondulações muito afastados do preconizado no padrão da raça.
- Excessiva variação de finura entre as diversas regiões do velo (desuniformidade).
- Pigmentação muito pobre no focinho, muito rosado ou com pigmentação muito difusa e afastando-se muito do Padrão da Raça.
- * Narinas muito fechadas.
- * Mandíbula inferior muito leve.
- * Pequenas diferenças de pigmentação.
- * Andar insuficientemente desenvolto.
- * Cegueira por excesso de lã na cara.
- * Calvície, pouca cobertura de lã na nuca e topete.
- * Falhas de cor e constituição das orelhas.
- * Orelhas caídas.
- * Divergências menores na aplicação do "Padrão" de formas e com respeito também ao velo.
- * Alguns pelos marrons e pouco numerosos no garreio.
- * Cascos sem pigmentação escura.
- * Constituição óssea que deixa a desejar, sem que isto venha a prejudicar a produtividade do animal.
* Constituem falhas (defeitos) que devem ser evitados, porém não desclassificam o ovino Corriedale.

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